Sobre 20 e tantos anos: 2019

terça-feira, 26 de março de 2019

Sobre ser depois de nós

É, acho que estraguei tudo outra vez, mas essa não é a primeira, tampouco será a última. E talvez isso seja até bom. Talvez não seja a hora de acontecer. Talvez esse dia nunca chegue. E está tudo bem.

Eu sei que tudo está meio confuso, os dias estão nublados, o céu sem cor, a mente sem paz. Eu sei que tudo o que você poderia querer, eu posso te dar, mas sei também que não sou eu o escolhido. Na verdade, nem sei porque estou me preocupando com isso. Nunca antes eu pude te dar tudo que merecia de melhor e nunca serei eu o encarregado dessa função.


Eu te assustei, eu sei. Ser intenso machuca mais a mim do que os outros, mas a forma que uso para me expressar assustou até mesmo as almas mais corajosas e donas de si que já conheci. É um defeito incorrigível, assim como te querer.

Você me pediu silêncio, não com suas palavras, e sim com a ausência delas, e eu entendi. Está tudo bem, ficar em silêncio sobre o que sinto já faz parte da minha rotina muito antes de você desconfiar de algo. O dia-a-dia segue normal como sempre seguiu antes de nós.

Tentei fazer o que você está fazendo para driblar tudo isso. Liguei o rádio e deixei a música tocar, mas até nisso acabei falhando. Gessinger gritou aos quatro cantos do quarto: conheci uma guria que eu já conhecia de outros carnavais, com outras fantasias...

E aí eu lembrei que eu já te queria desde antes, esse é só mais um carnaval em que não te terei como em todos os outros. Só me resta vestir a velha fantasia de palhaço e sair mais uma vez no bloco dos conformados.

De carnaval em carnaval, vou te esquecendo e logo meu coração conhece outro ritmo e para de bater por você.

sábado, 9 de fevereiro de 2019

Sobre sonhos possíveis


Tudo começa ao nascer, você se lembra de algo que tenha vivido quando bebê? "-Mas é claro que não!" Você consegue se lembrar de como era o timbre do seu choro? E qual era a musica que sua mãe cantava para te acalmar? O gosto do colostro, você se lembra? "É claro que não!"

Mas desde quanto precisamos nos lembrar exatamente do que passou para saber que passamos? Eu não me lembro do timbre do meu choro, mas sei que era alto o bastante para que a minha mãe me escutasse e viesse rápido me acolher. Não me lembro qual era a canção que me ninava mas sei que de fato me acalmava. Não me lembro do gosto do meu alimento, mas sei que foi ele quem me deu força para viver.

Tudo é passageiro, a infância, a juventude, a vida... Tudo! Coisas acontecem, alguns sonhos são realizados, outros esquecidos... Assim como amigos. São pessoas entrando e saindo na nossa vida o tempo todo, e pior, sem permissão, sem dizer nada, algumas ainda se sentem no direito de sair e deixar a porta aberta, algumas são rudes, ao sair quase quebram a porta do nosso coração, outras... Saem de mansinho, pensando que não vão fazer falta, e quase nos levam com elas. Algumas pedem pra sair, e saem com o nosso consentimento.

A vida é assim, passageira. Isso acontece também com o amor. Conhecemos um alguém especial, que faz nossos pés saírem do chão, tira o nosso fôlego e é capaz de fazer das nossas noites as mais completas, isso é amor! Mas como tudo é passageiro... Os nossos pés ficam cansados, ficamos ofegantes, nossas noites tornam-se torturosas e sem fim. Isso é desamor. Mas não se esqueça de que tudo passa!

NADA é perfeito, nada é para sempre. Não existem sonhos impossíveis! Se foi possível sonhar é possível realizar! O verdadeiro amor é mesmo para sempre, mas se renova a cada dia. A vida é como um jogo, existem fases difíceis pelas quais precisamos passar, existem forças que tentam te derrubar, mas precisamos mostrar que somos mais fortes. Se você perder, comece de novo! Só não morra. No jogo você pode reiniciar, na vida... Não dá pra voltar. Tudo passa. Aqui, você, eu e todos, somos apenas passageiros.