Sobre 20 e tantos anos: abril 2017

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Sobre enfrentar as ondas


Uma onda veio forte e me derrubou. Eu não estava preparado, mas ergui a cabeça e enfrentei todas as próximas ondas. Não passou muito tempo e não sentia mais o chão sob meus pés e percebi que teria de voltar para onde estava.

Essa questão de estar seguro comigo mesmo sempre foi o principal ponto. Não sou de ficar com inseguranças. Talvez por eu não me adaptar bem a isso. Eu fujo de locais em que eu não me sinta seguro. De locais, de pessoas, de tudo que não passe segurança. Aprendi a ser assim.

E então, eis que aparece algo alguém que faz com que eu posso seguir entre as ondas. Que faz com que eu possa ficar sem chão sob meus pés. Este alguém que faz com que minhas inseguranças sumam.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Sobre crescer e amadurecer

Você cresce.
Suas roupas ficam menores, as ofensas já não acertam na mesma intensidade. Você expande seu campo de visão, e enxerga tudo o que não passava de um grande nada. Os dias passam, problemas aumentam, e o tempo se reduz. Responsabilidades, contas, horários, prazos, preocupações, e finalmente, a tão sonhada independência.

Você cresce.
As piadas tornam-se cansativas, as histórias entediantes, as pessoas irritantes, os amigos antigos vão sumindo aos poucos por estarem crescendo também.

Você cresce.
E ironicamente se sente menor, a rotina te aperta, e saudade te engole. Todo mundo cresce, e a maturidade tem um preço, quem diria que ser livre pode custar a liberdade? Te obrigam a voar, enquanto seguram suas asas.

Amadureça, mas não cresça antes do tempo. Aproveite sua juventude, e acredite, crescer tem lá suas desvantagens.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Sobre ser o último texto que desperdiço em você


Sim, talvez você não leia. Talvez nem se interesse pelo que venho escrevendo. Talvez o orgulho tenha tomado o lugar de um ser atencioso. Talvez você nem lembre que sempre foi o motivo de meus meros rabiscos.

Sim, talvez eu tenha sido uma lembrança boa de algo que não volta. E torço para que isso seja real. Talvez não durou apenas dois dias pra parar e colocar tudo numa balança. Talvez nem tenha sido necessário isso.

Sim, talvez eu esteja em paz. Pode tirar o talvez da frase anterior. Mas talvez tudo isso tenha sido necessário. Sim, tudo isso foi necessário! Talvez erramos mais que acertamos ou talvez estivéssemos tão cegos que não demos conta de perceber os acertos. Talvez você tenha pensado em voltar no tempo... Talvez não...

Todas as dúvidas se fazem necessárias. Todos os questionamentos se fazem necessários. Mas não tenho necessidade de obter respostas. Consigo lidar com todas as dúvidas e questionamentos.

E, sim, caso o improvável esteja acontecendo e você por algum motivo esteja lendo este texto vai perceber que tudo foi necessário. Mas não vivo de momentos incertos. Não aceito alegrias com hora para terminar e este é o ultimo texto que desperdiço com você. As dúvidas nunca tiveram tanto valor a ponto de se tornarem certezas como agora.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Sobre dar motivos para sorrir

"É que a sua presença me faz bem, e eu me sinto como se estivesse seguro nos seus braços e nada mais me fizesse feliz além de você, meu porto seguro. É como se a cada troca de olhares me fizesse viajar além do paraíso, onde nada mais faria sentido além de nós naquele momento sozinhos contemplando o perfume das flores. Você é a essência da minha vida pois cada momento contigo é como se eu vivesse mais, por isso, fica comigo, esqueça o mundo e os problemas e viva o nosso mundo superando nossos problemas juntos. Eu te amo e não há nada além de nós, só eu e você."

Me faça rir. Apenas me faça rir. É isso. Eu quero dar gargalhadas toda vez que eu pensar em você. Quero sorrir como uma criança ao ver o palhaço mais engraçado do mundo quando eu olhar nossas fotos ou lembrar dos nossos momentos.

Não me dê apenas flores, bombons, roupas, livros, cartões ou qualquer coisa que possa envelhecer ou se rasgar. Me dê sorrisos. Somente isso. Me dê motivos para sorrir. Me faça cócegas. Me conte uma piada sem graça. Faça caretas divertidas. Esbarre pelos móveis da casa. Deixe algo cair com sua total falta de jeito ao lavar a louça.

Perturbe algum amigo seu, enquanto estivermos juntos. Me conte histórias das besteiras que você aprontava na escola. Me mostre fotos de quando você era criança vestido de roupas daquele tempo. Me faça sorrir. Traga episódios de Supernatural para a gente assistir juntos no chão da sala. Faça comentários de humor negro ao pé do meu ouvido quando estivermos jantando com meus avós. Prepare uma surpresa boba ao me ver chegar em casa. Apenas me faça rir.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Sobre o cubo mágico da vida

“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.”
Clarice Lispector
Considerado o “Poderoso Chefão” dos sentimentos, todo mundo quer encontrar o grande amor. Mas, ao mesmo tempo, ninguém quer dividir tristezas e desilusões, sentir as incansáveis dores físicas, passar por torturas psicológicas ou ficar noites sem dormir. Ninguém quer ter que aguentar o outro de mau humor, suportar as diferenças, compartilhar e ceder. As pessoas querem mesmo é viver apaixonadas, curtir aquele desejo e vontade de fazer sexo todas as noites, tomar sol em uma casa de veraneio na praia ao som dos pássaros cantando e viver o sonho da família Doriana. Por isso, os amores de hoje são tão descartáveis. A cada esquina se acha alguém para se apaixonar, mas ninguém para amar. Cadê as pessoas que estão dispostas a suportar, no dia a dia, as imperfeições e que estão afim a criar problemas e, depois, resolvê-los juntas?

Está tão clichê dizer eu te amo e fazer amor (que nem pode mais se chamar de amor), que andar de mãos dadas não reflete companheirismo e um elo, mas sim, só mais duas mãos e alguns passos, que podem seguir separados. O que mais me impressiona não é nem o fato do “felizes para sempre” estar quase que em extinção, mas a coragem que as pessoas têm de, quando não conseguirem fazer as coisas darem certo e enfrentarem dificuldades juntas, se consolarem com o simples “Não era pra ser…”. Porque afinal, a culpa toda é do destino.

Esses dias estava tentando resolver um cubo mágico e me irritei tão fácil que obviamente não cheguei nem na primeira lateral de cores. Fiquei pensando na quantidade de coisas na vida que deixamos passar por falta de força de vontade. Com o amor é assim. Não queremos unir o azul, o amarelo, o verde, o branco e o vermelho, queremos só o vermelho e pronto. Mas para tudo e todo tipo de amor, sejam entre homens e mulheres, amigos e familiares é preciso de uma união de cores, sentimentos e mais do que isso, paciência. Tudo precisa se encaixar no lugar certo. Só que nós precisamos fazer nossa parte para que isso aconteça. Tentar, quem sabe?

Muitas vezes nos contentamos em amar pela metade só porque achamos que felicidade é se manter apaixonado, sempre. Paixões são instantâneas. Isso vai e vem. São lindas, concordo, e fragmentos do amor, mas, meu caro, apesar de estourar fogos de artifício no seu estômago infelizmente não durarão por uma vida inteira. Não é só somando alegrias e momentos bonitos que se ama, é no meio da turbulência que se descobre o verdadeiro amor.

E acho que a frase de Clarice lá de cima resume tudo. Paixão e carinho caminham juntos, mas para amar precisa-se de muito mais...

terça-feira, 4 de abril de 2017

Sobre o mais feliz da vida


Você pensa que é o fim do mundo, mas não é. Você acha que a sua dor é a pior de todas as dores já existentes, mas está enganado. Fácil é sofrer, passar dias trancado no quarto, chorar até que a última gota do seu corpo se esgote. Difícil é superar. E mais difícil ainda é se convencer de que superou.

Fácil é acabar com a vida pra acabar com a dor, difícil mesmo é levantar todos os dias com um buraco no peito e colocar a roupa de existir. Dizer que está bem é fácil, complicado é estar. Escutar aquela música, sentir aquele cheiro e visitar aquele lugar parecem ser coisas que ardem o fundo da alma, porque as lembranças doem como álcool em ferida aberta. Mas a verdade é que não sentir mais nada dói bem mais.

O fim de um sentimento é mais triste do que o seu fim propriamente dito. É mais difícil enterrar histórias, momentos e sorrisos à enterrar-se. Enquanto ainda há uma faísca em meio ao fogo apagado, de certa forma também ainda há importância. Sofrer por se importar é natural, estranho é sofrer por não fazer mais diferença alguma.

Continuar dentro de uma bolha de solidão e sofrimento é escolha sua, assim como lutar pra sair dela também. Fácil é olhar a vida passando e ficar estático no mesmo lugar, amargurado, desiludido, cabisbaixo. Difícil é assumir que está no fundo do poço e, sim, precisa de ajuda. Difícil é estufar o peito e não se deixar abalar por nada. Fácil é chorar pela cicatriz adquirida, difícil é aceitá-la como uma tatuagem interna que faz parte de você.

Mas sinceramente, quanto mais difícil, mais vale a pena...

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Sobre a felicidade estar dentro de cada um de nós

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você.


Sempre me perguntaram qual seria a origem da felicidade. Respirei fundo e disse: "A felicidade depende de cada um de nós, depende de querermos ser felizes."

Não coloque a sua vida nas mãos de outra pessoa, pois muitos não sabem nem o que fazer com as suas. Então, se olhe no espelho e se ame. Afinal a origem da felicidade está dentro de cada um de nós.

Tem tanto para ser visto lá fora. E tem tanto para conhecer aí dentro. A gente guarda dentro do peito e da mente segredos cheios de cor. É importante abrir todas as gavetas internas, descobrir cantos escondidos, novos caminhos. Não precisa ter medo, nada de ruim vai chegar perto. Basta deixar fluir, acontecer, amadurecer.